digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, dezembro 10, 2008

Aos amores findos




















Vou tirar as chaves da porta para que possas entrar. Finjo não ficar de vigília, para que quando chegares - se chegares - possa surpreender-me com os passos ou até, se tiver sorte, sobressaltar-me com um beijo.
Mas tu não vens. Há há meio de chegares. E a escuridão voluntária da casa torna-se numa prisão. Até onde se resiste? A luz não acontece. A cama não chega.
Sentado, desiludido, por fim. A luz resignadamente acesa. A ansiedade ainda beija a esperança. Até à hora da adiada desistência.
Não vens. Vou pôr as chaves na porta para poderes sair.

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