Vou tirar as chaves da porta para que possas entrar. Finjo não ficar de vigília, para que quando chegares - se chegares - possa surpreender-me com os passos ou até, se tiver sorte, sobressaltar-me com um beijo.
Mas tu não vens. Há há meio de chegares. E a escuridão voluntária da casa torna-se numa prisão. Até onde se resiste? A luz não acontece. A cama não chega.
Sentado, desiludido, por fim. A luz resignadamente acesa. A ansiedade ainda beija a esperança. Até à hora da adiada desistência.
Não vens. Vou pôr as chaves na porta para poderes sair.
Sem comentários:
Enviar um comentário