O meu amor é fantasma. Vivo com fantasmas entre paredes de solidão. Um mundo a preto e branco feito de memórias, ressentimentos distantes e encantos antigos. À noite como de dia, almas perdidas visitam-me. Deitado, oiço-as indiferente, proferindo orações com pouca convicção. Pouco me importa. Pouco me importam os dias. Acordo sobressaltado a meio das noites. Acordo nas noites para ver quantas horas ainda me faltam dormir até ao matutino despertar. Fantasio com o dia da minha morte e pouco me importam os outros, os que ficam. Vivo entre fantasmas, mesmo sem a batida compassada do pêndulo de relógio. De noite como de dia, vivo com as batidas e rangeres. Ranjo os dentes. Arrepio-me. Desisto e deixo-me ficar com os fantasmas, indiferente.
1 comentário:
o meu comentário é sem comentário... de arrepiar
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