digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, junho 25, 2008

Fantasmagoria

O meu amor é fantasma. Vivo com fantasmas entre paredes de solidão. Um mundo a preto e branco feito de memórias, ressentimentos distantes e encantos antigos. À noite como de dia, almas perdidas visitam-me. Deitado, oiço-as indiferente, proferindo orações com pouca convicção. Pouco me importa. Pouco me importam os dias. Acordo sobressaltado a meio das noites. Acordo nas noites para ver quantas horas ainda me faltam dormir até ao matutino despertar. Fantasio com o dia da minha morte e pouco me importam os outros, os que ficam. Vivo entre fantasmas, mesmo sem a batida compassada do pêndulo de relógio. De noite como de dia, vivo com as batidas e rangeres. Ranjo os dentes. Arrepio-me. Desisto e deixo-me ficar com os fantasmas, indiferente.

1 comentário:

Trinity disse...

o meu comentário é sem comentário... de arrepiar