digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, abril 14, 2008

Por causa

Por causa do desamor, que o tempo passe depressa, que o tempo passe devagar. Por causa do amor, que o tempo não passe.
Que passe o tempo de tempo passar. Que passe pelas tardes de nostalgia sobre o chão de ladrilho. Que passe a tarde pela janela traseira da cave sombria.
Que o amor antigo não passe. Que passe sem remorsos. Que passe sem ciúmes. Que não saia por porta alguma.
Onde deixei os amores. Sítio incógnito. Sítio esquecido. Sítio guardado.
O meu amor tem dois troncos, um para cada amante. E pernas, para andar e sair, daqui. Um par para cada amante.
Duas vontades. Vontades opostas. O amor pode rodar, mas não sai. Quantas relações traz cada amor? Quantos amantes leva um amante para a cama?
Tantas vontades. Que o amor passe, mas não o momento. Um rebuçado de ficar.

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