digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, março 28, 2008

Verdes anos

Foi na cama, quando me dançaste pela primeira vez, que fiquei a sonhar com o corpo e a voz. Tinhas nessa data a minha juventude. Tinha nesse momento as tuas ilusões de amor.
Na sala de soalho corrido. Com a luz reflexa do Tejo pela casa. Com o verde das nespereiras na vista. Com uma linha de rio na frente.
Quando sonho, sonho com a infância, a casa, e a outra casa, a do amor primeiro. Do amor maior.
Antigamente eram rosas vermelhas. Hoje são malmequeres brancos. O sonho e a solidão. A paixão e a constância.
Fotografei-te nua nos lençóis em que dormíamos. Na casa distante de tempo.
A intimidade perdida, mas sempre tu. Tu e a música nos lençóis brancos, como os malmequeres de agora. A mesma música e sempre a memória do teu corpo.

2 comentários:

sa.ra disse...

:)

tem um feliz fim-de-semana

Anónimo disse...

forte