digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, março 10, 2008

Inquietação

Há flores vermelhas entre os despojos da guerra e dos sismos. Ao primeiro olhar é a única cor e só por vontade há um outro horizonte além deste diante dos olhos. Há a vida em suspenso sob o céu de trovoada madrugadora. O frio do vento de além, de além das montanhas, de além da fronteira.
Quando for manhã haverá vacas a pastar neste campo de sangue, um dia. Agora é tempo de sentar e esperar a volta da luz. É tempo de assentar enquanto o novo ânimo não chega. Momentos de suspiros.
A espera é uma floresta. Uma floresta de noite iluminada. Uma correria. Ânsia de chegar. Ânsia de partir. Ânsia de ser dia, tempo de parar, de todas as esperanças.
Enquanto os bandos não levantarem há o frio e o horizonte curto. Quem dera este vale fosse de clareira e a cara se iluminasse no luar. Quem dera. Quem dera.

Banda sonora

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