Já se foram os tempos das palavras de amor. Não é ainda o tempo do cinismo, mas hoje acontece por dança e não por sentimento. Há palavras vãs e profundidades abissais que são apenas cutâneas. As densas e substantivas escondem-se e fingem-se indisposições de alma para haver cor. No que se diz e nos dias sucessivos.
Houve o tempo do amor e haverá o do cinismo, como ao ouro sucedeu a prata e ao bronze o ferro. Os dias não regressão nem as ilusões. Os segredos depois de revelados não encantam. Desta boca, por estes lábios, não saem mais palavras em ramalhetes. Não se ama, dança-se. É o tempo do bronze.
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