digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, janeiro 15, 2008

Deixar ficar

A pedra barroca é a paz sólida e feita de vida. Importa o toque e a cor.
Deitado frente à parede, toda a altura sagrada verte sobre o corpo. É claro que há o frio a abraçar as costas, mas a magnífica visão inebria envolvendo.
Um quase desmaio, um transe: a alma sai do corpo em suave despejo, uniforme mancha incolor e impossível e vontade indeterminada.
Banalmente chama-se viagem, mas poderá ser sonho. Transe é a melhor definição. Elevação e vertigem, queda do pano rochoso e esculpido até aos olhos, que se fecham em delírio tranquilo.A pedra barroca é. Na indefinição dos momentos, é o tempo do possível em período finito e esquecido da dor passada. Uma memória dos passos e de toda a vida passada. Um segmento de recta.

Sem comentários: