digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, outubro 23, 2007

Não sei se

Disse-me uma amiga que não sei onde ficam os limites. Respondi-lhe que as fronteiras são linhas imaginárias.
Disse-me uma amiga que confundo as cores. Respondi-lhe que têm os nomes que se quiserem e para mim são tão verdadeiras quanto o são para os outros.
Disse-me uma amiga que baralho as situações. Respondi-lhe que as situações me confundem a mim.
Disse à amiga que em sonhos nada se confunde, que tudo vale e é verdadeiro dentro desse território. Respondeu-me a amiga com o pragmatismo de quem não sonha.
A questão é: ama-se ou não se corresponde.
Às escuras, mesmo entre fantasmas, as almas descolam-se dos corpos. Só há susto na vigília e no despertar. Não dos fantasmas, mas de quem não se encontra fora do sonho.
Não sei se amo. Não sei se amo. Não sei se faço amor.
Às escuras, mesmo entre fantasmas, ama-se. Quem está e os ausentes são amáveis e desejáveis. Às escuras, mesmo entre fantasmas, ama-se quem tem de se amar e tudo é verdadeiro, ainda que em sonhos.
Não sei se amo. Não sei se amo. Não sei se faço amor. Não sei se a ame.

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