
Sou mortal na carne e imortal no espírito, tal como ela - flor vermelha e tocha incandescente. Se o meu corpo, mesmo que morto, possa deixar uma impressão de sua vida, mesmo que apenas na mortalha, deixará também a imagem da musa, que sem ela não seria quem sou.
Todos os dias espero um sinal e todos os dias os recebo. Todos os dias escrevo, e quando não escrevo ela não deixa de me ditar. Se não for de dia, é à noite. Nada do que escrevo é só meu e revelo agora a parceria para que nunca se diga que sou uma fraude.
Tenho uma musa, tenho sim senhores! Com esta minha idade já não a vejo. Encontro-me quase sempre com ela, e, quando não acontece, dita-me ela as palavras à distância. Seja bonita ou deselegante, a mim serve-me bem.
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