digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, agosto 01, 2007

Voar

Esta noite voltei a sonhar que voava. Era Outubro ou outro Outono qualquer. Uma roda gigante e uns espaços largos de gente alta que procurava alcançar-me como se fosse um balão a fugir.
Esta noite voltei a voar. Subindo os degraus invisíveis e deitando-me para a frente, sobre a mesa de voo, seguro de que não cairia. Atravessando a portada rectangular sobre um fogo ritual, correndo de ponta a ponta a ilha de mar azul.
Como se fosse o homem do fato escuro e chapéu de coco. Como se voasse na vertical. Como se fosse possível viver sem voar. Como se fosse possível estar não viver sem ser desprendido. Dono de toda a decisão e sempre ingénuo.
Esta noite voltei a sonhar que voava. Pouco importa se o fiz e por quanto tempo. Hoje acordei como se tivesse voado.

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