digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, agosto 03, 2007

Vidas

Há um cão negro que me morde por dentro, da alma ao coração e da carne às entranhas. O tempo antes do agora nenhum sentido tem e foram-se as ilusões.
Não é ciúme nem raiva, a dor que atormenta. O passado é a prisão da saudade e, por esta altura, há desorientação num labirinto negro e sem qualquer luz.
Que conversa pode existir entre um surdo e um mudo, ambos cegos? Não importa, é uma metáfora.
Depois, no futuro o ódio, a raiva escondida e a ingratidão pouco importam. Esfumam-se as manhãs, as tardes e as noites de felicidade esfusiante. Duas vidas calcinadas pelas cegueiras do orgulho e do rancor. Há um dia em que o muito para dizer torna-se no nada para falar. São pessoas, têm vidas.

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