digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, agosto 24, 2007

Dias longos

A cor do céu é negra. A cor do vinho é negra. Brancos são os meus dias, entre o tédio e a velocidade.
O Verão cheira finalmente. O vento não partiu e traz o Verão enlaçado. O Verão é azul. Azul como as esperas e os desejos.
Deseja-se o ar e as nuvens. Desejam-se os coentros ou o hortelã temperando sumo de limão. Os limões são de Inverno, por isso são desejo de Verão. Os limões são amarelos como brancos os dias.
A cor do céu é negra e a roupa estendida exala o odor limpo. A cor do céu é negra e rubras são as noites em que se bebe à vida.
Os dias de Verão são longos. Os dias de Verão estão deitados numa espreguiçadeira, molhados e indolentes. Não há mal que venha. Não há medo no Verão. Contudo, a cor das noites é negra. Azul é o Verão.

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