digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, julho 03, 2007

Amêijoas à Bulhão Pato

O prato não deve a autoria ao poeta, mas antes ao tasqueiro que lhas dava a comer. O autor de «Flores Agrestes» apreciava tanto as amêijoas da tasca que o cozinheiro as baptizou em sua memória.

Não se trata duma receita difícil nem contém ingredientes raros: amêijoas, azeite e alho. Para quem gostar pode espremer-se um pouco de limão, mas já na mesa. As porproções variam conforme as quantidades, coisa que aqui não vou entrar.

Apesar de estar muito divulgada, esta receita não é uma receita popular. Está escrita. Obedece a uma regra. Porém, esta é dos mais abastardados pratos portugueses. Nele lhe põem vinho, mostarda, margarina. Ainda agora, numa revista séria, lá vinham disparates no receituário.

A simplicidade é uma meta difícil de alcançar. A perfeição também. Muitas vezes uma e outra são sinónimos: é o caso das amêijoas à Bulhão Pato.

Sem comentários: