O prato não deve a autoria ao poeta, mas antes ao tasqueiro que lhas dava a comer. O autor de «Flores Agrestes» apreciava tanto as amêijoas da tasca que o cozinheiro as baptizou em sua memória.
Não se trata duma receita difícil nem contém ingredientes raros: amêijoas, azeite e alho. Para quem gostar pode espremer-se um pouco de limão, mas já na mesa. As porproções variam conforme as quantidades, coisa que aqui não vou entrar.
Apesar de estar muito divulgada, esta receita não é uma receita popular. Está escrita. Obedece a uma regra. Porém, esta é dos mais abastardados pratos portugueses. Nele lhe põem vinho, mostarda, margarina. Ainda agora, numa revista séria, lá vinham disparates no receituário.
A simplicidade é uma meta difícil de alcançar. A perfeição também. Muitas vezes uma e outra são sinónimos: é o caso das amêijoas à Bulhão Pato.
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