digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, junho 14, 2007

À espera da luz

Não há medo na chuva nem ódio na luz. Há uma janela sobre os ventos e as tempestades e vontade de declamar pensamentos frente às auroras bureais.
A noite nunca foi mais escura nem o dia nasceu tão tarde. Os primeiros pássaros vão começar a cantar dentro de, precisamente, três horas. Está um frio que chega aos ossos e uma humidade miudinha e levá-lo ainda mais fundo. O odor feliz das flores garante-me a madrugada. Esta madrugada.
Faltam, precisamente, três horas para o alvorecer. Está um negrum teatral e um silêncio de solidão... nem pássaros ou murmúrios. O céu em quietude e vontade de declamar sem fôlego. Não há medo na chuva nem ódio na luz. Na janela sobre a tempestade debruçam-se os audazes, enfrentado, de frente, a espera de toda a luz.

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