digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, junho 22, 2007

Capitular. Capitulina.

Deixei de saber escrever e não sei a cor do céu sob o qual me deito. É tarde! É cedo! Dissabor.
Estou sentado num jardim e consego imaginar que não oiço todos os sons que não quero ouvir. É quase orgásmico. Porém, vem um odor a flores que me perturba. É demasiado agradável para que me tenha todo aqui.
É curioso que se aprecie o odor das flores e se critique o seu sabor. Num vinho, por exemplo. O ramalhete torna-se num velório ou noutra coisa qualquer que não num vinho. O aroma das flores é quase ácido, corrosivo, faz mal ao estômago.
Por excesso de vinho ou por abstinência sexual, reconheço que vejo as rectas como se fossem curvas ligeiras. Não digam que é ilusão de óptica, pois só tal o afirma quem pode desfazer o equívoco. Apenas noto que muitos afiançam tratar-se duma coisa que teimo ser outra.
Porém há muito que deixei de teimar. Sei ter poderes diferentes dos outros. Ainda há popouco notava o ar incomodado com que me olhavam, mas apenas pensava. pensava apenas no sabor. No sabor amargo da cera dos meus ouvidos. Não é escatologia, pois sinto à distância o seu sabor.
Não teimo. Deixei de teimar até as certezas. Com todo este cansaço, não sei mais escrever. Lanço-me no Verão e seja o que vier.

Sem comentários: