Ainda não sei que língua falas. Tenho receio do toque das mãos, que as minhas e tuas se encontrem e se enfeiticem ou engalfinhem em guerras eróticas que só a pele entende. Nada em ti é compreensível. Detesto-te e odeio tudo o que representas. Porém, não resisto ao febrão de te ver: suo como se sofresse duma gripe muito forte e deliro, revirando os olhos, tal e qual, só que por desejo.
Detesto-te e odeio tudo o que representas. Abomino os teus dois pés postos muito direitos para a frente quando me interrogas. Não te entendo. Não percebo as palavras que me diriges. Falas alto e gosto da voz serena e baixa. Não aprecio a roupa vaporosa nem os cabelos levantados nem os olhos muito abertos. Não suporto as cores das tuas pinturas nem o odor da tua pele e, muito menos, dos teus desodorizante, cremes e perfume. E os sapatos?! Meu Deus! Como me dão vómitos os teus sapatos!
Detesto-te e deliro e em febre erótica sempre que te vejo com os pés alinhados para a frente... com essas roupas hediondas, de tecidos horrendos e envolta em odores florais. Lembras uma imensa flor. Toda tu és um gineceu. Eu sou androceu. Não nos entendemos, porém. Não percebo nada do que dizes.
4 comentários:
se é de propósito eu nâo sei, mas corrigindo é aNdroceu...casa, homem
texto lindo como tú, um beijo
gralha emendada.
não percebi uma coisa: "casa, homem". Será que devo, novamente, recomendar a leitura do editorial?
Cá está mais um belo texto... Como eu adoro estas tuas palavras duramente apetecíveis... O erotismo que dança por estes textos é fenomenal!
Beijinhos para ti, Joãozinho
beijinhos para ti também, Anocas
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