digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, abril 15, 2007

Encontro de medos

A aridez do tempo não é nada quando comparada com a dos sentimentos. Dois minutos sentados frente a frente são meias horas que passam. Quem desiste primeiro de respirar? Um fala compulsivamente e o outro fuma cai vertiginosamente no vício dos cigarros. Entre um e outro uma mesa de medo e de colóquios banais. Tudo é medo. Não há assombro de generosidade nem lembrança das dádivas. As flores não medram no vazio nem as palavras ecoam na planície. Tudo liso e desinfectado. Vagos olhares para que não se cruzem e não chorem. Um fala compulsivamente e outro acende cigarros nos cigarros.

1 comentário:

Carly disse...

I love this one.