Gosto do brilho dos teus olhos. Gosto deles ao deslumbrarem-se. Gosto do deslumbramento da arte. Gosto do fiozinho de divindade que tem a arte. Gosto da divindade que têm os teus olhos. Gosto de ver neles a surpresa.
Primeiro procura-se a argila, depois escolhe-se. Na oficina areja-se, batendo-se e massajando-se. Na roda coloca-se na forma, onde será moldada a matéria-prima, enformada e deixada como será quando estiver pronta. Posto isto, o quase-objecto será cozido, antes de pintado e vidrado. Será isto arte ou ofício?
Em que é a cerâmica diferente? Não há ofício sem trabalho. Nem há arte sem ofício. Nem arte sem conceito.
Gosto do brilho dos teus olhos. Gosto deles ao deslumbrarem-se. Gosto do deslumbramento da arte. Gosto do fiozinho de divindade que tem a arte. Gosto da divindade que têm os teus olhos. Gosto de ver neles a surpresa.
Em que é a cerâmica diferente da superfície pintada ou da pedra esculpida ou do papel impressionado? Matéria é matéria e será sempre matéria. O trabalho é trabalho e será sempre trabalho: cada oficina será sempre uma oficina e cada homem um artesão, um ourives, um artífice. A chama divina é o conceito. É nele que está a arte. É ela que faz brilhar os olhos.
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