digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, dezembro 07, 2006

Fuga


Não tenho sombra. Sou só movimento. Estou feito de cinzentos e os meus lábios silenciam palavras que já disse doutras formas. Não acordo quando quero e suo com dias quentes ainda que a chuva bata grossa do lado de fora do vidro.
Não tenho olfacto. Sou só pedra. Frio e insensível ao odor das flores. Não distingo o lilás das violetas e piso-as sem querer. Se as tivesse nas mãos vê-las-ia e cuidaria como jóias da natureza. Neste meu frio consigo voar. Sou tão pesado. Tão frio. Sei voar.
Faço-me de água e sal. Não sou a chapa de ferro que corta o mar. Não sei navegar, sou só movimento, não pensamento. Não sou um navio fantasma, mas ainda onda fria. Sou corrosão e talvez nevoeiro.
Sonho sempre. Muitas vezes! Muitas vezes a cores. Muitas cores e também cinzento.

1 comentário:

João Barbosa disse...

Devido aos erros e contradanças do blogger, este post andou em bolandas, pelo que vi-me forçado a colocá-lo de novo. Os comentários foram, por isso, arrancados e colocádos sob o meu nome, embora respeitando a ordem e a indicação.

alfacinha said...

acho q a transmissão em "onda média" voltou...lol tava p escrever algo semelhante

7:26 PM
Delete
as velas ardem ate ao fim said...

Sonhar sempre..tanto faz a cor!

bjinhos

10:17 PM