digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Carta do Natal


É quase Natal e estou vivo. Escrevo uma carta de vida a quem me ler. Escrevo a saber de mim. Este ano não há sereia nem rosa nem tangerina. As bolachas estão na caixa das bolachas e a germana está na sua Germânia.Tenho a minha solidão sozinha, ausente num país incerto. Tenho a minha solidão a jogar paciências com o tédio. Os dois escondidos neste Natal.Não é a luz nem o calor da época que afugentam os meus fantasmas. Escrevo cartas de vida, porque este ano estou vivo, mesmo que os rios de Inverno corram tão secos.Tenho o meu amor guardado para uma Primavera. Logo eu que não gosto de Primaveras e tenho alergia às alegrias infantis da natureza.É Natal e estou vivo e nem há ameaça de hibernar, porque em mim vive lume vermelho: uma carta por abrir, uma janela para um país diferente e um pedido de menino pequenino, que não chega a ser esperança. Este Natal estou vivo e escrevo uma carta de vida para que saibam que respiro e vivo... indiferente às luzes festivas e ao formigueiro. Desalinhado, mas vivo.

2 comentários:

João Barbosa disse...

gi said...

:-)

João Barbosa disse...

Devido aos erros e contradanças do blogger, este post andou em bolandas, pelo que vi-me forçado a colocá-lo de novo. Os comentários foram, por isso, arrancados e colocádos sob o meu nome, embora respeitando a ordem e a indicação.