digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, outubro 26, 2006

Olhos nos olhos em casa

Gosto de te ver de frente, porque não me mentes. Não te sei enganar. Tenho uma ribeira brava a correr em mim onde podes molhar o rosto e disfarçar as lágrimas, se as tiveres. O que vivemos juntos é um segredo e não é mistério para ninguém o amor que temos, embora ninguém saiba definir o sentimento e o diga de forma tão diferente, que o torna todo igual.
Vejo-te na pureza de olhos para ter a severidade da crítica e a doçura toda. Neles vejo os filhos que fizemos e os que perdemos nas vicissitudes. Neles sei se tremes e se tens frio ou se me queres. Neles estou reflectido e sei se estou bem, porque a tua boca diz o que vêem. Não me mentem e de frente dizes-me tudo.
Esta é a nossa casa e daqui está o todo nosso até o ser só por estar ao alcance da vista. Daqui até adiante há o conforto do recanto e o incómodo de algumas lembranças. Sei e sabes o significado de tudo, sabemos o que é, e o que significa para cada um. Tudo isto é o nosso casamento. Cumplicidade feita de olhos nos olhos. Gosto de de ver de frente.

3 comentários:

Anónimo disse...

Ai que bonito... Quando for grande, quero escrever como tu! :) Beijo enorme :)

Folha de alface disse...

todos os prismas são interessantes p se olhar o outro. até mesmo de olhos fechados.

Anónimo disse...

ADOREI!