Não sei o que dizer do vermelho. Deste vermelho. Não sei que elogio fazer à arte nem à amizade nem ao trabalho partilhado. Não sei se tenho pudor de escrever sobre a homossexualidade. Não sei se tenho vergonha e prefira ficar quieto para não alinhar palavras sobre o que desconheço.
Sei que gosto muito de Guilbert & George. Sei que ando a escrever sobre as relações humanas e a pairar na arte. Dou por mim a olhar para várias imagens desta dupla sem saber qual escolher... sem saber o que dizer... sem saber, tampouco, o que sentir. Não sei se é superficial, se é apenas uma película, um brilho ou se é um espelho, um cubo de gelatina, uma ferida com espessura.
A amizade, o trabalho a dois, a arte e a homossexualidade que papel têm? Como se conjugam? Que triangulações fazem, que tintas mesclam? Que preconceitos accionam nos homens tolerantes? Acabo por escolher uma imagem polida. Polida? Nâo! Inofensiva. Escolho uma imagem pudica. Uma imagem sem nus, sem pénis, sem intimidades, com poucos desafios à minha integridade e heterossexualidade. É uma imagem vermelha, como uma anedota, com dois diabretes felizes, nada mais. O desafio está contextualizado dentro de mim.
3 comentários:
Antes de voltar aqui e comentar fui pesquisar sobre o Gilbert & George! soubeste que em janeiro esteve uma exposição no CCB!?
São realmente provocadores ;)
mas estes gajos são «alternativos»! como o nosso primeiro-ministro.
lá está o diabrete q vive em ti...
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