Tenho uma parte de mim a desapegar-se. Não sei qual. Evaporo-me ao ver-me no espelho. Evaporo-me por existir. Evaporo-me na vermelhitude destes dias.
Tenho o coração escondido. Está numa caixa. Bate por mania e o sangue que lhe resta é a memória da vida. O meu coração é um cardo. O meu coração desapegou-se e guardo-o numa caixa de boas madeiras e forrada a veludo vermelho. Tenho uma parte de mim a desapegar-se. Foge para onde está a brasa, porque sou frio e já perdi o coração. Um dia fujo-me todo.
3 comentários:
n acredito q tenhas perdido o coração...
O teu órgão bombeador de sentimentos numa caixa? Duvido, a sério que sim. Tento há muito mandar no meu e pô-lo de castigo ou acorrentá-lo não serve de muito. Ele é assim, livre como eu e não há forma de domesticá-lo, também acho que assim somos os dois mais felizes, livres e sempre prontos para uma mágoa que nos faça sentir vivos e de boa saúde. Bons batimentos cardíacos.
Não, nem penses...
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