digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, julho 16, 2006

Vermelho absoluto

Tenho uma parte de mim a desapegar-se. Não sei qual. Evaporo-me ao ver-me no espelho. Evaporo-me por existir. Evaporo-me na vermelhitude destes dias.
Tenho o coração escondido. Está numa caixa. Bate por mania e o sangue que lhe resta é a memória da vida. O meu coração é um cardo. O meu coração desapegou-se e guardo-o numa caixa de boas madeiras e forrada a veludo vermelho. Tenho uma parte de mim a desapegar-se. Foge para onde está a brasa, porque sou frio e já perdi o coração. Um dia fujo-me todo.

3 comentários:

Folha de alface disse...

n acredito q tenhas perdido o coração...

perdida em Faro disse...

O teu órgão bombeador de sentimentos numa caixa? Duvido, a sério que sim. Tento há muito mandar no meu e pô-lo de castigo ou acorrentá-lo não serve de muito. Ele é assim, livre como eu e não há forma de domesticá-lo, também acho que assim somos os dois mais felizes, livres e sempre prontos para uma mágoa que nos faça sentir vivos e de boa saúde. Bons batimentos cardíacos.

Anónimo disse...

Não, nem penses...