digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, maio 17, 2006

Fantasma paranóico

Há fantasmas que vêem fantasmas em todo o lado e se pudessem ver-se assustavam-se mais. Por não terem corpo perderam o reflexo. Pobres coitados, esses fantasmas.
Há fantasmas que choram as suas amarras e não sabem que só eles as podem desprender. Esses têm medo da sua sombra e fogem velozes a olhar para trás. Têm tanto medo que só olham para trás e nem olham para a frente.
Há fantasmas tão cobardes que se agacham escondidos de todos quantos os enfrentam nos olhos e os podem desafiar.
Há fantasmas mesquinhos e que ligam às coisinhas pequeninas, sem querer saber da vista geral. Se o pormenor é como querem pouco importa se tudo o resto é diferente do que afirmam.
Há fantasmas que são tudo isto: paranóicos, falsos, cobardes, assustados consigo mesmos, lamuriosos e manipuladores. Cuidado, eles andam por aí! Espalham um fedor parecido com charme, mas com alguma atenção percebe-se sempre o seu choro de correntes arrastadas. Dizem mentiras como quem seduz. Perseguem as vítimas de forma doentia dando conselhos sorridentes. Parecem felizes, mas são tão doentes. Por favor, façam uma oração por eles. Eles andam por aí.

4 comentários:

Anónimo disse...

Oremos então por eles pobres coitados!

João Barbosa disse...

E esperemos que eles percebam...

Anónimo disse...

os fantasmas são isso mesmo, fantasmas. e disso não passam. cada fantasma tem a importância que lhe quisermos atribuir. roga-lhe uma praga que ele desaparece num instante.

João Barbosa disse...

não se rogam pragas a ninguém. quem precisa de ajuda deve ser ajudado, mesmo aqueles que nos querem mal.