digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, maio 18, 2006

Ainda agora

Ainda agora aqui estavas e já partiste. O rosto modificou-se um pouco com o tempo, mas sempre o mesmo olhar esperto e quente, como uma mãe e uma amante. Sinto-te a presença não muito distante, mas não te vejo. Ainda agora aqui estavas e já partiste. Deixaste o sorriso na memória e sei que abalaste a chorar. Não queria que nenhuma lágrima me pertencesse. Sinto-te não muito distante e sei que se alçar do braço não te alcançarei nem mesmo tocarei. Andas esquiva e sentida, como uma amante ferida e abandonada. Não queria que nenhuma das tuas lágrimas fosse minha.
Espero-te bem e sorrindo, nadando em pétalas de rosas vermelhas a cantar a felicidade dos dias azuis. Não sei se estás em festejos e folguedos, mas desejo-o. Por ignorância dos teus humores limito-me a aspirar que te encontres de saúde e em alegria. Sonho então e digo: É com contentamento que oiço as notas piadas pelos bandos vindos do Sul. Não há calor como o do Verão nem mar mais enrolado além desse onde mergulhas sem remorsos. Desejo tudo isso para ti.
Ainda agora aqui estavas e por bem te querer estás sempre comigo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Lindissimo!