digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

domingo, abril 09, 2006

Meu fado, minha voz

Já bebi demais, esta canção faz-me chorar e não quero o meu destino. Sei o que diz a palma da mão, leu-me um dia uma cigana... Sei o que diz a palma da mão.
Já bebi demais deste vinho tão acre, mais doce do que a minha vida. O meu destino é o que é e a ele estou preso e no vinho o tento afogar.
A mulher que amo não tem mais sorte, está presa ao mesmo destino e de mim afastada e só esta canção nos liga.
O meu fado é triste, como devem todos os fados, porque o meu destino é de sangue derramado, mais rubro que a cor do tinto, tão verdadeiro e trágico que se eu pudesse ou fosse mágico não tinha vida nenhuma.
Ai! Já bebi demais! A mulher que eu amo tem o mesmo destino que eu e a sina escrita na minha mão continua na mão dela. Ela tem escrito que me ama na linha do coração, mas a da vida fala-lhe em desilusão. Já bebi demais! Esta canção faz-me chorar! Como devem todos os fados!

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