digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quarta-feira, abril 05, 2006

Branquidão

A minha vida continua em branco, toda ela por escrever, porque ainda não fiz nada de monta que mereça ser contado. Nã, nã, nã, nã!... Não se trata da léria do filho, do livro e da árvore! Trata-se da verdade. A minha vida é apenas branco, não tem nada que se conte para além dumas banalidades humanas.
Mesmo o livro... está escrito e nem por isso tenho que contar ou a humanidade me tem de ficar grata. Plantei duas árvores, mas não salvei a floresta ou resgatei o planeta. Não fiz filhos, apenas ensaiei rituais. Mesmo que os tivesse feito... há seis mil milhões de pessoas. Estamos por acaso gratos uns aos outros?
A minha vida continua em branco. As datas e os acontecimentos dobraram-me e fizeram-me chorar muitas vezes. Estou amarrotado, mas em branco, porque, na verdade, não tenho nada para contar.

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