digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, abril 04, 2006

Aos poetas

Admiro os poetas. Tanto os bons como os maus. Os que se vendem e os incorruptíveis. Os publicados, os por publicar, os impublicáveis, os obscuros e os analfabetos. Gosto dos poetas populares e dos intelectuais.
Há poetas que vêem nas estrelas o futuro e outros que têm os pés no chão. Admiro os poetas gloriosos e os poetas sem futuro. Há poetas com P grande, há poetas com p pequeno. Há poetas macho e poetisas. Há poetas paneleiros, outros muito homens e outros que são as duas coisas.
Admiro os poetas que vendem e outros que não sabem que são poetas. Gosto do divertimento, que é coisa de poetas e da farra. Gosto da água que se bebe pela manhã e do respeito que se tem pelas letras e pelas artes. Gosto quando se desrespeitam as artes.
Gosto dos poetas bons e dos poetas maus, dos que rimam e dos que não atinam com a métrica. Admiro os clássicos, os antigos, os modernos e os contemporâneos. Admiro-os a todos. A todos, sem excepção. Que inventem um subgénero de poeta que eu não admire!... Passarei a admirar!
Admiro os poetas todos, porque é preciso ter coragem para se ser poeta num mundo de idiotas! Mesmo que não se saiba que se é poeta! E se ao proclamar tudo isto, do cimo de uma cadeira ou no meio de uma praça, vos molhar com perdigotos... Paciência!

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