A cebola não me faz chorar, faz-me rir! Cada vez que decepo um legume tenho de cortar uma cebola também. A cebola dá alegria a tudo o que faço na cozinha e eu retribuo o sabor que me oferece escrevendo-lhe esta homenagem.
Só a faço em azeite do melhor que conheço e só lhe junto a companhia que me apetece. Tanto nos utensílios da cozinha como na mesa. Só a faço acompanhar com amigos e vinho que penso serem os melhores.
Também tenho desilusões: com o vinho... com o azeite... com os legumes... com os amigos... nunca com a cebola! Ela até me pode fazer chorar, mas quando choro não é nos sentidos habituais que se dá ao verbo. Não choro de tristeza nem choro de alegria. Choro porque ela vem até mim e me faz chorar, só isso.
Gosto do gosto que me chega e a cebola nunca me deu desgosto. Até já me deu muito gosto. Era miúdo e conheci a minha segunda namorada: O meu primeiro beijo à minha segunda namorada sabia a cebola. Guardo essa memória feliz desse beijo muito por causa do sabor festivo. Não esqueci a miúda nem o beijo nem a cebola.
Gosto de ti, cebola!
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