Estender a toalha sobre a mesa de caruma e beber gaspacho
feito de véspera e fresco por abraçado por gelo. Água fresca, pão do dia – estava ainda quente quando foi
comprado pela manhãzinha na cidade vaga – carnes frias e melancia. Beijar até
que os beijos demorem o tempo de as formigas levarem a merenda. Beijar e
afastar sem regra tudo que estava na toalha de linho cru. Beijar e deitar a fazer
amor. Descansar e levantar o olhar à altura dos troncos e sossegar quase
dormindo. Dois beijos pequeninos e um longo e morno, acarinhar o rosto e sorrir.
Levantar a trouxa, sacudir as formigas e abalar. Beijar antes de ligar o motor
e desandar e deixar o paraíso.
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