digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, agosto 14, 2014

Piquenique

Estender a toalha sobre a mesa de caruma e beber gaspacho feito de véspera e fresco por abraçado por gelo. Água fresca, pão do dia – estava ainda quente quando foi comprado pela manhãzinha na cidade vaga – carnes frias e melancia. Beijar até que os beijos demorem o tempo de as formigas levarem a merenda. Beijar e afastar sem regra tudo que estava na toalha de linho cru. Beijar e deitar a fazer amor. Descansar e levantar o olhar à altura dos troncos e sossegar quase dormindo. Dois beijos pequeninos e um longo e morno, acarinhar o rosto e sorrir. Levantar a trouxa, sacudir as formigas e abalar. Beijar antes de ligar o motor e desandar e deixar o paraíso.

Sem comentários: