digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, setembro 30, 2016

Caixa de madeira

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No Outono, no meu jardim de Outono, espero ter a ordem do universo, só o sobressalto de Outono sem pólen de Primavera.
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No meu jardim de Outono sou só no mundo e o mundo é outro lugar onde tudo o que importa no mundo importa ao mundo.
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No meu jardim de Outono os pés são nus e mostram a sua natureza no chão irregular. Nenhum pássaro se revela, mas canta a luz descendo.
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O meu jardim de Outono guarda-se numa caixa de madeira com recados antigos do tempo do amor-sorriso e ramos de perfumes atados lembrando quem não me recordo.
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Guardado na caixa, o meu jardim de Outono vê o Inverno chegar e depois a Primavera e depois o Verão e finalmente se liberta alinhado na ordem do universo.
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Nota: O trabalho de Luiza Maciel pode ser conhecido neste sítio http://desenhosluizamaciel.blogspot.pt/

1 comentário:

Luiza Maciel Nogueira disse...

Ei João mais uma vez obrigada, adorei o texto intrigante com suas múltiplas interpretações. Sou fã do teu jeito de escrever livremente, provocando sempre algo em quem lê. Bons dias 😊!