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No Outono, no meu jardim de Outono, espero ter a ordem do
universo, só o sobressalto de Outono sem pólen de Primavera.
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No meu jardim de Outono sou só no mundo e o mundo é outro
lugar onde tudo o que importa no mundo importa ao mundo.
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No meu jardim de Outono os pés são nus e mostram a sua
natureza no chão irregular. Nenhum pássaro se revela, mas canta a luz descendo.
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O meu jardim de Outono guarda-se numa caixa de madeira com
recados antigos do tempo do amor-sorriso e ramos de perfumes atados lembrando
quem não me recordo.
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Guardado na caixa, o meu jardim de Outono vê o Inverno
chegar e depois a Primavera e depois o Verão e finalmente se liberta alinhado
na ordem do universo.
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Nota: O trabalho de Luiza Maciel pode ser conhecido neste sítio http://desenhosluizamaciel.blogspot.pt/
1 comentário:
Ei João mais uma vez obrigada, adorei o texto intrigante com suas múltiplas interpretações. Sou fã do teu jeito de escrever livremente, provocando sempre algo em quem lê. Bons dias 😊!
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