digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

quinta-feira, março 19, 2015

A sina

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As musas não gostam de poetas. Por isso sofrem e transpiram letras, se fazem fontes e desmaiam, fixados nos olhares que não lhes oferecem e na roupa que não tiram ou na nudez escondida intangível ou de brinquedo de gato.
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Talvez por ser mau poeta talvez por ser bom poeta voo acima da razão e não vejo e ultrapasso a mão que talvez me queira puxar para o leito.
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Nada, não pode ser. As musas temem os poetas cuidando que o doce se lhes agarre e se prendam.
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Compreendo-as. Os poetas não têm razão e como mariposas queimam-se no fogo da luz das musas que não os comem e os deixam consumir-se nas letras, se fazem fontes e desmaiam.

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