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Homoerotismo feliz – diria gay, se
gay não fosse palavra esvaziada. Não é o hiper-realismo que
transcende, mas o barroco que o ultrapassa e o banaliza e mete o dedo, fora da tolerância da classe
média e da instrução fraca.
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Quem não conheceu o Trumps não viu Lisboa. Quem não dançou não viveu. Fez e dormiu quem quis, não querendo não quis e não fiz. Não fiz e
voltaria a não fazer. Dancei e voltaria a dançar na mais alegre bichice… gay.
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Uma vez mais, Dorian Gray – nunca vi no cinema com a
perversão que só não percebe quem prefere as pipocas ao texto. Dorian Gay.
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Barroco como o foi para quem o entendeu, subtil e óbvio na
luz quente e gorda, no vinho ou na cocaína, dos entardeceres compostos e
galantes, perfumes e perfumes e roupa nova, aos amanheceres e aos lençóis molhados, olheiras, ressacas e vómitos,
ciúmes e pequenos dramas, como se alguém se importasse. Não estive.
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Tão bichamente barroco! Sumo de limão nos olhos de quem
sussurra ou grita moralista. Digo:
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– Todos os homofóbicos são gays!
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Corrijo:
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– Alguns homofóbicos não são gays e têm medo de serem e mais
medo de o descobrirem e pavor de gostarem.
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Desconfio muito mais dum homofóbico do que dum cozinheiro
magro.
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Nestas janelas vejo dentro do que não vi. Pela certeza
e certeza de fazer de candelabro.
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Nota 1: Escrevi propositadamente Dorian Gay.
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Nota 2: A arte de Barahona Possolo é a minha mais feliz alegria desde há muito tempo.
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Nota 2: A arte de Barahona Possolo é a minha mais feliz alegria desde há muito tempo.
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