digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

terça-feira, dezembro 20, 2016

Antes de chegar não se sabe a índole da onda

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Inevitável como o regresso do sal, deslumbro-me e olho-te e desnudas-te. Se te sentisse a respiração nunca te diria deste feitiço nem me beijarias como suspirando-te o fazes. A esta distância a pele é macia e morna, junto é gelo ou chama ou cinco dedos. Vistos daqui, os teus lábios são demorados e o cabelo é enfeitado com flores, aí seriam racionais. Pesadelo-me um atrevimento, forjado em vergonha e derrota ou numa glória maldita.

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