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Indo-indo para um lado qualquer por uma coisa ou outra ou
por alguém, fugindo ou abraço. As ruas também servem para correr, a luz para
enganar e o nariz para respirar.
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Há momentos em que não tenho nada, espero uma coisa, alguém
que se me sente. Todos os dias perco na manhã e assim pelas horas vítima e
actor até talvez ao entardecer e só pela noite sou exuberante e depois durmo.
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A hora mudou a noite passada. A luz ficou. O vento sempre
levando o incómodo, assim o fantasio. Sentado não tenho nada, digo-o por dentro
vendo-me fora de mim.
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Inexisto por vocação e na noite, onde o azul se mescla com o
preto, dito palavras tóxicas e puras. Nas cores obsessivas saio de mim restando
onde sempre sou, desejo-o, para lá da janela.
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Pela escuridão se foge da escuridão para, na escuridão, dela
se esconder.
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Desperdiço o amor da mãe, na comoção de me ensurdecer, antecipando
o inevitável, digo cansado, já zangado, que a amo.
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Mudou a hora, não choveu e a noite foi escura, mesmo junto
aos candeeiros e na preguiça estiraçada recoberta por manta grossa como se
fosse gripe.
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Indo com pressa sem caçador, de dentro para fora e inverso.
Os dias são noites e suas melancolias sós.
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Inexisto e porque aos outros inexisto pudesse inexistir, não
morrer.
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