digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sexta-feira, março 27, 2015

Dispense-se a ciência mas não a arte

.
O que seria dos reis se ninguém sobre eles escrevesse ou os pintasse? Quanto dura a memória e sabendo que se inventa, recria e se contradiz… quanto?
.
O que seria dos artistas sem reis? Seriam artistas, mesmo sem nada para mostrar, porque esconder e fingir fazem parte do mesmo, do retrato e da comédia e da subtileza e das laudes.
.
O que seria dos eclipses e dos planetas sem astrónomos ou cientistas? O que seria da vida, da matéria, do universo sem cientistas?
.
Seriam o que são. Mas sem artistas não seriam memória.
.
Por isso a arte é maior do que a ciência. Um cientista vê matéria onde um artista vê o que quiser, poderá fazer além, aquém ou só isso.
.
Podemos viver sem ciência, mas nunca sem arte.
.
.
.
Nota: Lisboa, eclipse de 1912.

Sem comentários: