Não se aguenta o calor. A praia apetece. A esplanada de cidade é uma tentação. A vida de rua quer-se até tarde nestas noites agradáveis. A companhia é rosada regional ribatejana..
Subi ao terraço do Hotel do Bairro Alto e o empregado pôs-me à vontade, perguntando-me o que queria beber. À escolha tinha um branco e um rosado, ambos produzidos na Quinta da Lagoalva de Cima, situada junto a Alpiarça. Duas felicidades! Pensei: Que vida dura, esta a minha! Escolhi o rosado e abanquei-me no banco corrido junto à cobertura de ardósia do edifício.
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Estava uma tarde linda, com um céu muito azul e um Sol a fazer-se de forte, como que a prometer um Verão de grandes calores. Para quem não conhece fica a sugestão de visitar a esplanada deste hotel do largo de Camões e, já agora, de almoçar ou jantar por lá. A ementa é curta, mas adequada à dimensão da sala. Os espaços são bonitos e sofisticados. Lisboa está mais feliz com este espaço. Mas dizia que estava linda a tarde... e estava mesmo. Dali de cima vê-se o Tejo a dar a curva e fica-se mesmo de frente para Cacilhas, há telhados à volta e a descer a colina até ao rio. É um prazer lavar os olhos naquela vista. Fiquei a ver as carreiras de cacilheiros e doutros navios e os rastos de espuma branca nas proas e popas com aquele rosado vivíssimo a falar-me aos sentidos.
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A tarde ia avançando, a luz minguando aos bocadinhos, o céu pachorrentamente escurecendo e o dito vinho sempre alegre. Eu estava ali por causa do irmão... do mano do ano anterior. Em 2004, o rosé da Quinta da Lagoalva refrescou-me o Verão com contentamento. Agora era a altura de me ser apresentado o da vindima de 2005. O mais recente está ainda melhor, mais urbano e acertado. Os minutos passavam e alegrava-me com o aroma fresco que me vinha do copo. Quando o provava vinha-me à memória maçãs, fruta vermelha, com toque de groselha.
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A tarde ia avançando, a luz minguando aos bocadinhos, o céu pachorrentamente escurecendo e o dito vinho sempre alegre. Eu estava ali por causa do irmão... do mano do ano anterior. Em 2004, o rosé da Quinta da Lagoalva refrescou-me o Verão com contentamento. Agora era a altura de me ser apresentado o da vindima de 2005. O mais recente está ainda melhor, mais urbano e acertado. Os minutos passavam e alegrava-me com o aroma fresco que me vinha do copo. Quando o provava vinha-me à memória maçãs, fruta vermelha, com toque de groselha.
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O Ribatejo tem fama de fazer homens fortes e bravos. Dali vêm campinos, forcados, ganadeiros e toureiros. Conhecem-se os ribatejanos pelo temperamento rijo e susceptível. São arquétipos, nem todos são assim, já se sabe. Dos vinhos do Ribatejo diz-se que são brutos, rústicos e alcoólicos. Tal como as pessoas são vastas nos carácteres, nos vinhos há muita coisa para ver, provar e beber. Nos últimos anos, têm sido vários os produtores ribatejanos a quererem desvincular-se da etiqueta tantas vezes lhes imposta. Na Quinta da Lagoalva de Cima faz-se vinho de fino trato e a preço amistoso, porque nem tudo quanto sorri nos sentidos tem de pesar nos bolsos.
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Esta gente da Lagoalva sabe fazer vinho com elegância. Além do Quinta da Lagoalva Rosé 2005, provei o Quinta da Lagoalva Talhão 1, que é um branco refrescante com forte toque a fruta tropical. Este tem uma grande presença de manga sem que tivesse havido um único bago de sauvignon blanc, casta que se presta à oferta de tal sabor e aroma.
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A mim encantou-me mais o rosé. Não há coisa melhor quando o dia de trabalho chega ao fim e o apetite pede esplanada. Não há aborrecimento laboral que resista a este vinho. Se o dia correu bem, então pode ser uma coroação de fim de tarde. Não podia ter havido melhor fim de tarde naquele dia de Primavera a apartar-se e a prometer-se já ao Verão. Nesse dia soube que no estio vai haver calores com fartura e decidi que passarei muitas horas na praia e nas esplanadas da cidade. Para já prometo dedicar algumas horas a degustar o Quinta da Lagoalva Rosé 2005. E uma promessa é uma promessa. Vou mesmo cumpri-la!
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Há uns anos duvidava-se da masculinidade dos homens que bebiam rosé, mas hoje bebê-lo é sinal de tino. E se já os ribatejanos o fazem, não há nada a temer! Façam o favor de pedir um rosado, porque é coisa de homem!
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