Amaina e volta e retorna e regressa desatinado, o mar. Maravilhado numa angústia de amor, a que se obedece por não poder outra.
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Não sei se lhe gabe as ondulosas virtudes femininas ou lhe tema a ira do marido contrariado.
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Olho-o aprisionado, como os antigos. Tal faria eu se tivesse o céu nocturno inteiro, com todas as estrelas, as mortas e as vivas, como no tempo dos velhos.
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Não sei se o mar é verdadeiro ou um teatro e não sei o mesmo dos luzeiros celestes. E são diferentes.
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O camponês, ignaro da letra, lia o céu e não há vidente que saiba de mar. O firmamento é verdade e o corpo marítimo é a contradição repetente e irrepetitiva.
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O mar, o que é? A verdade é verdade e se o não é, é porque se permite. A fotografia não me elucida, nem a sisuda nem a fingida.
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Vemos o mar, o que deixa. Seja na claridade barroca ou na taciturna melancolia da névoa – dos mesmos modos nas noites, nas suas diferenças.
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Do céu? Se a nuvem se afastar e à noite ainda mais, com a permissão das lâmpadas.
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