Bola-de-espelhos no final da noite. Quadradinhos luminosos incansáveis.
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Os sapatos apegados aos despojos da cerveja dizem ressaca e bebedeira em partes iguais.
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Vago olhar, triste e confuso, fixando os olhos imparáveis. Perdi a miúda por causa daquele copo mais. Não sei se por ter ido ao balcão ou.
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Tenho a boca pastosa e não gosto da música que toca aqui.
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Onde está a miúda? Não bebi esse copo, não foi por isso.
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Ainda há pouco a sala estava cheia, agora só os sempre-em-pé, os dos gargalos de cerveja e dos copos com mais gelo derretido do que uísque.
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Estou ao pé, sou um deles, assim perdi a miúda que nunca ganhei, certamente nem me viu.
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Esta música já era velha quando, há muito tempo, eu era novo. Esta música já era feia quando, há muito tempo, eu tinha borbulhas.
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Quando eu era novo havia sítios onde se dançava agarrado.
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Hoje ninguém dança slows, ainda bem.
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