.
Calei-me desistente pela irreacção do silêncio. Desconhecendo
se ouviam ou cuidavam dos gritos, sentei-me no chão e protegi a cabeça entre as
pernas e sob os braços. Um embaciamento interno, a fragilidade da frustração e
sem lágrimas, as palavras arremessadas sem eco estavam em ricochetes dentro e
fora dos órgãos que sentem, peganhentas e leves, batendo com força.
.
Para trás, deitei-te. Deitado mostrando submissão pela
derrota. Escondi os olhos do azul e da luz macia da manhã. Não tinha sombra nem
nada. Não havia nuvens, não tive frio.
.
Podem ter sido cinco minutos ou cinco horas o tempo desviado.
Queria dormir, o ruído ecoando dentro.
.
Saí vazio. Ao menos tivesse ficado afónico.
Sem comentários:
Enviar um comentário