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Nem no Super Constellation nem no Electra nem no Tristar.
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Nem no DC-8 nem no DC-9 nem DC-10 nem no MD-11. Vou suspirando, qual menina adolescente vendo o cartaz da banda, pelo DC-3, que já aterrou sozinho. Largaram-no e lá foi ele, trabalhador humildemente arrogante. Velho e teimoso, aterrou sozinho.
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O 707, às vezes, fazia vibrar os vidros da minha janela. Ainda estava sobre o Tejo e já o ouvia no outro lado da casa. Corria para o ver chegar e corria para o ver ir embora. Não voarei.
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Voei no 727 e no Tu-154, que têm parecenças. No Boeing entrei pela traseira, sob o motor do meio e no soviético foi pela frente, sentei-me mesmo ao fundo, sob o engenho central.
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Gosto do 737… há tantos. É como as louras na Escandinávia, por tantas, prefiro as morenas mediterrânicas, e metade das vezes ao contrário.
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Infeliz, não melancólico, pensando no 747, que já não se faz. Devia ser proibido deixar de construir a Rainha dos Céus… por que não um fundo, das Nações Unidas ou da União Europeia, para proteger o passarinho cabeçudo?
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Nem no VC-10 nem no Il-62. Há tantos… a mim, que não tenho cagufas de voar, não me apanham num Comet. Como se houvesse um Comet para apanhar. Não voarei.
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Havia tantos e agora há tantos que não voarei… lembrei-me do VFW-F 614, esquisito como… escaganifobético, esdrúxulo, com aquelas asas… um zingarelho, uma mofamagarifamafofinha, que tem um ninho com sete mafamagarifamafofinhos. Voava cuncatoriamente, quase de certeza. Tão feio que não há foto de jeito para mostrar.
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Sim, o 787 é bonito, mas eu, sem dinheiro, não tenho o outro lado do mundo para ir. Só este, porque o Boeing são iguais aos Airbus e os Airbus são todos iguais. Rezo tanto.
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Não me falem no A380, que também é diferente. Pois é. Pois é um trambolho grande, mais feio do que uma francesinha a transbordar do prato.
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Já que falei numa mixórdia do Porto… ou dos arredores… fui para lá na barriga da minha mãe, num Caravelle.
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A minha primeira vez foi de Faro para Lisboa e do alto percebi que o Algarve é talqualmente no mapa, definido pelo Guadiana, o Atlântico e as serras.
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Do Porto, do FCP, não sei. Sei que não verei jogar o Peyroteo, o Eusébio nem tampouco o Matateu.
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Já ouvi:
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– Lisboa tem a águia, o leão e a cruz de Crist’e, o Porto tem a pantera e o dragão, animal que não existe.
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