digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, outubro 04, 2008

O outro dia

Neblina de sangria, poder oculto dos dias sós. O frio até ao osso e a tristeza no fio da boca. Se o coração bate por ti é porque estás morta e a tua sombra perdura nas manhãs e tardes vagas.
Não deixo de te perdoar, todos os dias. Prova inegável de que não o fiz. Lábio na lâmina, a fronteira do sangue. O fio da vida.
Todo este lugar é morte, a que reside na melancolia. Persiste a sensação de montanha, o horizonte recortado e o vento certo de frente, nortada. No outro lado da casa há vista longa, mas esse lugar não tem nada a ver com este. É outro dia.

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