digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

segunda-feira, outubro 08, 2007

Há-de passar

Este dia há-de passar, ainda que eu fique um dia mais velho. Sinceramente, não sei se estou vivo ou se tenho apenas uma miragem diante.
Ali há uma porta para aqui e na parede está uma janela, uma nesga de vidro e madeira aos quadradinho, apenas duas fileira, que deixa passar a luz para a noite neste ermo. Não fosse o vento e diria que já não vivo.
Que vida haverá atrás da janela dali que dá para aqui? Quem lá vive e que palavras se dizem? A parede visível da casa mostra-se envelhecida, esburacada, desfazendo-se continuadamente. Aquela luz é um vislumbre do Natal.
É a luz da esperança e do calor ténue. É luz da solidão. Tal e qual a luz do Natal. E Outubro não chegou a meio. A parede frágil trava o vento e a luz fraca combate a escuridão. Há uma porta dali para aqui. Quem a quer passar? Quem a atravessa para este ermo? Digo que os degraus não servem para vir, porque ninguém dali vem para aqui.
Vou para outro lado qualquer, porque aqui só há noite e uma visão precoce do Natal. Como me sinto só!... Este dia há-de passar, ainda que eu fique um dia mais velho.

1 comentário:

Folha de alface disse...

truz, truz