digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

sábado, maio 12, 2007

Apologia

Estou enamorado pela mulher desconhecida e tenho todo o medo porque sei que só a ausência ilude e só a escuridão tem fundura.
Não troco um dia de mistério por qualquer outro de luz. Até ao final dos dias vou amá-la sem a desvendar e sem me revelar. Nunca os meus lábios vão conviver com os dela nem saberei o seu nome.
O meu último amor será de candura e leveza. Não saberei dela nem ela de mim. Poupam-se todos os dissabores e as feridas das quedas sobre os cactos.
A mulher desconhecida será sempre perfeita.

2 comentários:

Anónimo disse...

até o dia que perceber que a imperfeição é também perfeita...aí se apaixonará por tudo, por todos e será um romântico não só pela desconhecida, mas por tudo e por todos. Talvez demorará vidas, talvez amanhã já mude de idéia, talvez eu seja uma louca. ;) E talvez já sejas assim, um louco apaixonado por tudo e por todos.

Pollyana

João Barbosa disse...

Julgo que é a primeira vez que cá vem e provavelmente não leu o editorial. Por isso cito-o aqui:

Este espaço é de liberdade e criação. Nada aqui tem de ser real e nada aqui tem de deixar de ser real. Este é um espaço de ficção e, por isso, tem sempre alguma coisa de realidade; apenas isso. Estes textos não são a minha vida nem são desabafos. São textos, são da minha autoria e intimamente passam a ser de quem os lê. Não importa se são verdade e não importa se não são verdade, importa que são textos. Espero que gostem e que não me confundam com eles nem me confundam a vida nele.