Há pessoas a quem fiz mal. Nem sempre quem me acusa foi quem
mais me sofreu; a quem não fiz, já nem espero perdão. Lembro-me dos males e
sinto-me. Pedi e não me perdoo, nem esqueço e fustigo-me. Lembro-me que se lembra
mais aquele que empresta do que aquele que deve, quero-me justo e lembrar-me do
que devo, pelas perdas e danos. Lembro-me e dói-me o que fiz. A cruz é a minha
e fui eu quem a carpintou. Dói-me por doer. Dói-me que me doam, ainda que não
lhes tenha causado dor.
digo e o oposto, constantemente volúvel, às vezes verdade. juro pela minha alma, mais do que vinho amo a água e só me desenseda e lava, a cara, o corpo e a vergonha de ser quem não quero. os sonhos antigos são sonhos e antigos e os novos de esperar, é esta a vida a mim agarrada, se esperança existe.

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