quinta-feira, julho 01, 2010

Gata, gatinha, canalha, que não voltas




















Tive uma namorada, nos dias mais fáceis, que era uma gata. Por causa dos olhos verdes, pela expressão serena e inteligente, pelo maneirar gato, em imitação perfeita dos seus banhos, pelo desapego sentimental aparente. Um dia abri-lhe a janela e saiu com a natural leveza das patinhas. Não lhe perguntei onde ia nem se voltava. Como gato livre, foi-se pelos telhados. À Lua viverá, sem dúvida, enquanto eu fico no beiral frente ao vento na esperança de ver o seu salto delgado e ágil. Como gato que abandona o dono, a minha gata já nem olha para mim.

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