segunda-feira, novembro 06, 2017

Universo

.
O universo não devia existir, dizem cientistas da ciência exacta. Nem cientista nem exacto, sinto-o duplamente. Tanto me penso ser sem o todo, só mente imaginativa, quanto não pertencer à ordem, por isso inútil.
.
O cientista sabe como o crente da precisão do tangível e da largura da crença. Céptico da pedra e do inalcançável, tudo me faz lógica e irracionalidade.
.
É sítio de perguntar da utilidade do universo, seja cosmos ou desordem. Sem essa solução – se fosse exequível – não se saberá do homem. Conhecendo-a, nasce questão igual, mais fina de especificação e tão antiga:
.
– O que se faz aqui?
.
É bem de ver, não há fala luminosa. Sem necessidade de perguntar, fazê-lo é tempo de prazer de espreguiçar.
.
Há tão poucas coisas saborosas quanto o espreguiçar.

Sem comentários:

Enviar um comentário