terça-feira, janeiro 24, 2012

Dança

É a dançar que te sei dos segredos. Escondidos, entreolhando tímidos os meus olhos descarados e curiosos. Não falo dessas partes óbvias do prazer, mas doutra coisa, mais frágil, quase omissa… não sei definir. São segredos. Luzes invisíveis, que iluminam, olhos e boca, e te inebriam, e inebriam quem te vê dançando. Felicidade tão certa, em gente distraída. Segredos que vivem nas fotografias e ficam na recordação fugaz duma noite sem mais de memória. Segredos como os dos bosques, dos luares, dos verões e da paixão. Segredos de diabo cocegueiro, amante seguro. Segredos que escondem o odor do suor da dança e caçam a respiração, fogos de artifício de estrelinhas, espirais e cornucópias, em cores claras e amor-vontade. Segredos que a chuva leva e as canções recompõem. Nem fazendo amor se revelarão. Ainda bem, são segredos.

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