O pai já não é e, contudo, jaz vivo. Ali, entre a vida e já a morte da consciência. Fala para o outro lado e mal diz para este. Desama quem ama, desama quem o ama. Não quer o que quer e agarra-se à vida. Quer o que não quer e tenta alcançar a morte. Não chega a ser triste. É a constatação, a vida vai-se devagarinho, em estrondo sussurrado, em grito louco de grande voz delirante, em sopro fraco e trémulo. A indecisão, na incerteza da certeza de que irá. O meu pai foi-se, só falta o corpo e a voz.
Não sei se se foi... não sei... não sabemos... (Há quem diga que só crescemos verdadeiramente, nos tornamos adultos, com a morte do pai...).
ResponderEliminarouvi dizer que com a da mãe
ResponderEliminar"Só nos tornamos verdadeiramente adultos depois da morte do pai." Eduardo Prado Coelho
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