segunda-feira, abril 09, 2007

O aquífero

Não é música de borbulhagem aquática, é som dum aquífero. A diferença entre um e outro é o balanço dum arco de violoncelo, o mesmo tamanho entre dois pontos antagónicos do diametro da anca duma tágide.
O gotejar permanente não combina com o arrastar triste do arco nas cordas e o seu vibrar dentro da carcaça de madeira. A água fria é diferente se corre sem dono e brutal: As cascatas, os rápidos e as fontes.
As cascatas, os rápidos e as fontes. A pedra fria de qualquer cor e as mãos incolores a travarem a corrente numa concha para darem de beber. A flora em alegria de verde e o frio da pedra, do ar e da água. O fogo solar. A vida toda num momento.
Não é música de borbulhagem aquática, é som dum aquífero. O barulho da vida. O mergulho todo a fazer amor num sítio qualquer e não ter frio. Não ter frio, nunca!

3 comentários:

  1. no fundo, são algas na água salgada
    refletindo um doce texto
    e nessa peça vaga que é a vida
    falta a sensação,
    insana,
    de mergulhar
    em cena.

    bjinhos

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  2. ei, quer que eu te apresente a minha amigona Tágide??

    fiquei sabendo por aí que está a precisar de umas ninfas...

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  3. ao ler este texto consegui ouvir o som da vida!
    fantástico!

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